Eu não quero um namoro que precise de roteiro.
Essa coisa engessada, que tem que ser de tal jeito. Não. Definitivamente, não.
Quero um amor que aconteça como música de roda:
Espontâneo, cheio de riso torto, com silêncio que não pesa e toque que acalma.
Algo inebriante — pelo perfume, pelo ambiente — mas que não deixe ressaca moral.
Quero te namorar todas as noites.
Mesmo que a gente esteja cansado.
Mesmo que o mundo tenha sido cruel durante o dia.
Porque pra mim, namorar é mais do que flores e datas.
É mais do que um alívio físico pra ansiedade emocional.
É beijo demorado no sofá, cafuné no meio do filme,
Escutar tua respiração enquanto conto as estrelas que moram nas tuas sardas, rugas, tatuagens ou olheiras.
Não precisa ter sexo. Aliás, pode.
Mas não como um dever, e sim como um desdobramento da conexão.
Precisa ter presença.
Um beijo com gosto de alma.
Um carinho que faça meu corpo lembrar que está vivo,
Não por instinto, mas por entrega.
Quero que a gente seja criança junto.
Daquelas que se implicam, se empurram no sofá,
Se chamam de bobo e depois se abraçam até esquecer o porquê da briga.
Quero te pentelhar só pra te ouvir rir.
Quero te irritar só pra ganhar teu beijo bravo.
Quero que a gente se ame tanto que até a distância fique sem coragem de chegar perto.
Quero te ouvir.
Te ouvir de verdade.
Cada palavra tua vai ser música pra mim.
E cada silêncio, um convite pra te abraçar mais forte.
Quero admirar os detalhes do teu corpo como quem olha a lua:
Sabendo que nunca vai entender tudo,
Mas mesmo assim não consegue parar de olhar.
Quero que a gente se proteja.
Que a gente brigue só pra crescer, nunca pra ferir.
Que a gente construa junto, mesmo tropeçando.
Que a gente chore sem vergonha, e depois ria até doer a barriga.
Que a gente seja abrigo. Casa.
Mesmo que o mundo desabe, que falte luz, que a geladeira esteja vazia.
Quero que a gente se ame até quando não souber como — e mesmo assim, continue.
Esse é meu amor ideal.
Não é perfeito.
Mas é inteiro.
É moleque, é maduro, é SINCERO.
E quando acontecer, vai ser revolução.
Daquelas que não precisam de grito —
só de um beijo na testa e a certeza de que, dessa vez,
o amor ficou.